O transplante de medula óssea ou transplante de células hematopoéticas é um tipo de tratamento utilizado para tratar doenças que afetam as células do sangue, como leucemias agudas e linfomas. O transplante tem o objetivo de reconstituir uma nova medula saudável, através da substituição de uma medula doente por uma medula saudável.
É na medula óssea que se localizam as células-tronco hematopoéticas, responsáveis pela geração de todo o sangue (glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas).
Como é feito o transplante de medula óssea?
O paciente, após se submeter a um tratamento que destruirá a própria medula, receberá as células saudáveis da medula óssea de um doador compatível. Após serem coletadas do doador, as células são armazenadas em uma bolsa de criopreservação, uma forma segura para o congelamento de células de medula óssea.A medula é aplicada no paciente através de um processo similar ao de uma transfusão de sangue. As células infundidas no paciente podem ser da sua própria medula, retiradas antes do tratamento e congeladas para uso posterior (transplante autólogo).
Como são coletadas as células para o transplante?
As células para o transplante podem ser obtidas de duas formas principais:
1) O doador recebe anestesia geral e é submetido a punções no osso da bacia para as células da medula serem aspiradas. Essa retirada não causa nenhum comprometimento à saúde do doador, que recebe alta no dia seguinte ao procedimento.
2) Outro tipo de coleta é chamada de aférese. Neste processo, o doador deve fazer o uso de uma medicação por 5 dias a fim de multiplicar o número de células-tronco no sangue. Após esse período, o sangue do doador é retirado através de uma máquina de aférese. Esse processo é feito para separar as células-tronco de outros componentes do sangue e devolver os elementos do sangue que não são necessários ao paciente. Não há necessidade de hospitalização nem de anestesia na aférese, pois todo o procedimento é realizado através da veia do paciente.
A decisão sobre o tipo de doação que será realizada no paciente é de responsabilidade dos médicos.
Quais são os tipos de transplante de medula óssea?
Atualmente, existem dois tipos de transplante de medula óssea: alogênico e autólogo.
Transplante alogênico: esse tipo de transplante é realizado quando as células precursoras da medula (células que se reproduzem) são de outro doador. Para o processo ser realizado, o paciente deve ter um nível alto de compatibilidade de material sanguíneo com o doador. Geralmente, o irmão/irmã é a primeira opção a ser considerada, pois a chance da medula ser compatível é alta. Caso o paciente não tenha irmão ou não seja compatível, a segunda opção é verificar a compatibilidade com a mãe e o pai. Se não há um doador na família compatível, procura-se um terceiro doador por outros meios. Este tipo de transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea obtidas do sangue de um cordão umbilical.
Transplante autólogo: as células precursoras da medula óssea são do próprio paciente, conhecido como indivíduo transplantado/receptor. Sendo assim, as células da medula ou do sangue periférico são retira- das do paciente e congeladas para serem usadas no futuro. Esse tipo de transplante é recomendado para pacientes com doenças que não afetam a qualidade da medula óssea. Em outras palavras, doenças que não têm origem na medula ou que não podem mais ser detectadas (estado de remissão).
Se você apresenta problemas na medula óssea, como leucemias agudas ou linfomas, procurar um médico responsável e qualificado na área irá impactar e muito no sucesso do seu tratamento.
Preocupe-se com a sua saúde e não espere que sintomas se transformem em problemas.
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Dra. Cheila Eickhoff | Hematologista e Hemoterapeuta FONTE: INCA